sexta-feira, abril 23, 2010

A importância do PONTO FINAL .

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Chega!
Basta!
Acabou!


São expressões que as pessoas normalmente usam quando estão insatisfeitas com alguma coisa, situação, ou até mesmo com a vida.

Determinação é a garra forte de um campeão. Vencer! Superar limites! Resultados após a decisão final. Isso, FINAL.

Às vezes não conquistamos e não vencemos, pois não colocamos o ponto final no seu devido lugar.
Ao invés dele, acrescentamos virgulas, travessões, parágrafos inteiros e outras pontuações afora.

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Relacionamentos conturbados, empregos duvidosos, vida dupla, decisões erradas, ...

Enquanto não aprendermos a colocar um ponto final na situação, nunca viveremos uma outra de verdade. Suicídio ou desistir de tudo não são pontos finais, são desvios.

A realidade deve ser encarada de frente! E quando enfim, estamos dispostos a passar por cima do que for necessário, aí sim nosso coração estará lá. Mas só depois do PONTO FINAL .

(Roberto Rodrigues)

Quase...


Quase...

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.

É o quase que incomoda, que entristece, que mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que

se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa

maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou

melhor não me pergunto, contesto.

A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos

sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que

sussurrados. Sobra covardia e falta de coragem até pra ser feliz. A paixão

queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos

para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os

dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina,

não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz

dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance;

para as coisas que não podem ser mudadas, resta-nos somente paciência.

Porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a

oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance;

pros amores impossíveis, tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance

cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade

sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que

sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora

quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.


Luiz F. Veríssimo